A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber determinou que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro por prevaricação. O documento encaminhado ao PGR nesta quinta-feira (1°) faz críticas a manifestação inicial da Procuradoria-Geral da República.
Documento assinado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, afirmava que era recomendado esperar o término da CPI para iniciar uma investigação, já que eram apurações concorrentes.
Rosa Weber afirmou que a PGR “desincumbiu-se de seu papel constitucional” e destacou que as investigações não são concorrentes, pois são de poderes diferentes.
A ministra afirmou que considerar o pedido do Ministério Público para esperar as investigações foge do papel constitucional e que não cabe ao órgão pedir tal ato.
A notícia-crime foi protocolada pelos senadores Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Pandemia; Fabiano Contarato e Jorge Kajuru. Os parlamentares apontaram que após as denúncias dos irmãos Miranda, sobre suspeitas de irregularidades na compra das vacinas indianas Covaxin, o presidente deveria ter investigado as suspeitas.
Ainda na quinta (1º), em transmissão pela internet, Jair Bolsonaro voltou a rebater as suspeitas sobre a negociação da vacina indiana e voltou a criticar os trabalhos da CPI, ironizando o suposto pedido de propina feito por Roberto Dias.
CPI DA PANDEMIA
O policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira reafirmou na CPI da Pandemia ter representado a Davati Medical Supply e atuado como intermediário para ofertar doses da AstraZeneca ao Ministério da Saúde.
Durante uma reunião no Brasília Shopping, Roberto Dias teria pedido, como propina, US$ 1 para cada uma das 400 milhões de doses de vacina negociadas.
Nesta quinta-feira (1º), o policial prestou depoimento à CPI. A suspeita dos senadores, no entanto, é que ele tenha sido plantado para desacreditar as acusações dos irmãos Miranda, durante a negociação das vacinas Covaxin contra a Covid-19.
Aos parlamentares, o depoente revelou um áudio em que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) supostamente tentaria comprar os imunizantes com a Davati. Nesse caso, contudo, a palavra "vacina" não é citada.