A colunista Juliana Rosa, da BandNews FM, apontou durante a manhã desta quarta-feira (17) as consequências da recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que minimizou o corte de gastos prometido pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda.
De acordo com o petista, a meta fiscal não será cumprida se o governo "tiver coisas mais importantes para fazer" ou se não for convencido da eficácia da medida.
Mesmo com a intenção de ter uma "responsabilidade fiscal", o petista afirmou que fará "o necessário" para cumprir o arcabouço fiscal e garantiu que a meta de déficit zero "não está rejeitada".
"Porque nós vamos fazer o necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Esse país terá previsibilidade. Ninguém será pego de surpresa com as coisas que queremos fazer", declarou o presidente, que completou em seguida: "Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Esse país é muito grande, esse país é muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes desse país e a cabeça de alguns especuladores".
Para Juliana Rosa, a fala do presidente Lula poderá ter um efeito reverso a previsibilidade, já que o não cumprimento da meta fiscal estabelecida pelo próprio governo pode quebrar a confiança dos mercados e colocar em xeque a credibilidade do Planalto.
"Haddad tentou justificar. [...] Mas qual a grande preocupação disso tudo? Você tem duas questões, uma tem a ver com credibilidade. Quando o governo diz que tem uma meta, e toda hora descumprir essa meta, aquela meta passa a não ter credibilidade. Isso mexe com os números, expectativas e ambiente de negócios", pontuou.