Rosa: Governo e Banco Central precisam sinalizar com mudanças para reduzir juros

Colunista pontua que o Brasil figura na segunda posição de um ranking que contabiliza os maiores juros do mundo; burocracias, inseguranças jurídicas e alta carga tributária indicam problema estrutural

BandNews FM

A colunista Juliana Rosa, da BandNews FM, analisou nesta quarta-feira (19) as consequências da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deverá manter a taxa de juros no país em 10,5%.

De acordo com a analista, o problema dos juros no país são maiores do que uma simples redução na taxa pelo Banco Central, defendida pelo governo federal. 

Recentemente, o BC iniciou uma desaceleração na redução dos juros e a ação evidenciou uma divisão no órgão entre os membros diretores indicados pelo governo anterior - de Jair Bolsonaro (PL) - e dos indicados pela atual gestão federal - do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É uma situação grave. [...] Temos um problema estrutural, estamos sempre no topo do ranking dos juros mais altos do mundo. Temos uma série de deficiências. [...] Somos um país muito endividado, a dívida não para de crescer, a carga tributária é alta, a infraestrutura é ruim, uma insegurança jurídica, uma burocracia. O tal do 'custo-Brasil'. Não adianta baixar o juros na canetada. Se não tivermos capacidade par abaixar o juros estruturalmente, não vamos ter investimento", disse.

Juliana também afirma que, embora haja um problema estrutural, é preciso que tanto governo federal quanto o Banco Central dê sinalizações de que caminharão para 'unir forças' e trabalhar para a diminuição da taxa de juros.

"É um juro alto, mas o governo pode ajudar anunciando medida para reduzir gastos. E não é cortar no pobre. O judiciário tem salários nababescos de R$ 100 mil, tem muita gordura para queimar. O Congresso está gastando demais. Se conseguir cortar, um pouco que seja, vai ajudar a melhorar a percepção do Brasil e ajudar na queda de juros. É fundamental que o Banco Central passe uma mensagem de credibilidade, eles também tem que ajudar", pontuou.

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