O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, completa cinco anos nesta quinta-feira (25).
O desastre ambiental matou 270 pessoas, incluindo duas mulheres grávidas. Outras três seguem desaparecidas.
Em 2024, a sensação de impunidade ainda é grande para os familiares das vítimas.
A Maria Regina sepultou a filha por duas vezes. Priscila Ellen Silva tinha 29 anos e era mecânica da Vale.
No vigésimo dia de buscas do Corpo de Bombeiros, parte do corpo foi encontrado. Um ano depois, um dos braços foi localizado e ela relata que a indignação cresce a cada dia.
O julgamento do caso continua na Justiça. Há cerca de um ano, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia à Justiça Federal contra 16 pessoas e as empresas Vale e a TÜV SÜD, a companhia alemã que atestou a segurança da estrutura.
Atualmente, as investigações tentam descobrir se a Vale sabia da insegurança da barragem e apontam para uma possível mentira contada pela empresa em uma simulação na Mina.
A informação é do delegado Cristiano Campidelli, durante seminário na Câmara Municipal de Brumadinho.
Segundo ele, a mineradora teria repassado informações falsas aos trabalhadores durante a simulação de segurança antes do desabamento da Mina.
O rompimento da barragem despejou quase 10 milhões de m³ de rejeitos de mineração na bacia do Rio Paraopeba.
A lama percorreu mais de 300 km, afetando 26 municípios e atingindo 944 mil pessoas.
Em nota, a Vale afirma que tem “seu respeito às famílias impactadas pelo rompimento da barragem e segue comprometida com a reparação dos danos, o que vem avançando de forma consistente e nas bases pactuadas no acordo judicial de reparação integral e em outros compromissos firmados para indenização individual, todos com participação de instituições de justiça”.
A empresa também “ratifica que sempre norteou suas atividades por premissas de segurança e que nunca se evidenciou nenhum cenário que indicasse risco iminente de ruptura da estrutura B1”.