Rompimento da barragem em Brumadinho (MG) completa 5 anos; ninguém foi punido

Desastre ambiental matou 270 pessoas, incluindo duas mulheres grávidas; outras três seguem desaparecidas

Rádio BandNews FM

Rompimento da barragem em Brumadinho (MG) completa 5 anos; ninguém foi punido
Situação de Brumadinho, em Minas Gerais, após rompimento de barragem
Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, completa cinco anos nesta quinta-feira (25). 

O desastre ambiental matou 270 pessoas, incluindo duas mulheres grávidas. Outras três seguem desaparecidas. 

Em 2024, a sensação de impunidade ainda é grande para os familiares das vítimas.

A Maria Regina sepultou a filha por duas vezes. Priscila Ellen Silva tinha 29 anos e era mecânica da Vale.

No vigésimo dia de buscas do Corpo de Bombeiros, parte do corpo foi encontrado. Um ano depois, um dos braços foi localizado e ela relata que a indignação cresce a cada dia.

O julgamento do caso continua na Justiça. Há cerca de um ano, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia à Justiça Federal contra 16 pessoas e as empresas Vale e a TÜV SÜD, a companhia alemã que atestou a segurança da estrutura. 

Atualmente, as investigações tentam descobrir se a Vale sabia da insegurança da barragem e apontam para uma possível mentira contada pela empresa em uma simulação na Mina. 

A informação é do delegado Cristiano Campidelli, durante seminário na Câmara Municipal de Brumadinho. 

Segundo ele, a mineradora teria repassado informações falsas aos trabalhadores durante a simulação de segurança antes do desabamento da Mina.

O rompimento da barragem despejou quase 10 milhões de m³ de rejeitos de mineração na bacia do Rio Paraopeba.

A lama percorreu mais de 300 km, afetando 26 municípios e atingindo 944 mil pessoas.

Em nota, a Vale afirma que tem “seu respeito às famílias impactadas pelo rompimento da barragem e segue comprometida com a reparação dos danos, o que vem avançando de forma consistente e nas bases pactuadas no acordo judicial de reparação integral e em outros compromissos firmados para indenização individual, todos com participação de instituições de justiça”.

A empresa também “ratifica que sempre norteou suas atividades por premissas de segurança e que nunca se evidenciou nenhum cenário que indicasse risco iminente de ruptura da estrutura B1”.