O colunista Rodrigo Orengo participou do Jornal BandNews FM e comentou sobre as recentes escolhas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acomodar forças políticas e ampliar sua base de apoio.
Após confirmar o nome de Marcio Pochmann no comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sem que a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), fosse consultada, o governo federal prepara novas mudanças.
Segundo Orengo, Pochmann é um "aliado de primeira hora" do presidente da República e sua escolha gerou um "constrangimento" com Tebet.
"Mostra que é hora de acomodações no governo. Teremos mudanças maiores com a chegada do PP e do Republicanos, partidos que têm grandes bancadas no Congresso Nacional."
No entendimento do jornalista, caso o Planalto consiga formalizar uma aliança com estes partidos, "do Centrão raiz e tradicional", haverá maior facilidade para que as pautas de interesse do governo tramitem no Legislativo, como a reforma tributária.
Há a expectativa que, com o movimento político, o governo consiga mais 60 votos na Câmara dos Deputados - num total de 513 - para apoiá-los em seus projetos.
"A prioridade [do governo] é essa, é ampliar o número de alianças. Discussões sobre experiência e gestão dos possíveis novos ministros ficam de lado. Agora, vale o pragmatismo para ampliar alianças e ter governabilidade."
Ministérios na mira
Orengo pontua que, entre as pastas ministeriais que já encontram-se nos planos do Centrão, estão o ministério do Esporte - atualmente comandado por Ana Moser, uma ex-atleta de vôlei -, o ministério do Desenvolvimento Social - que conta com a gestão de Wellington Dias (PT) - e o da Saúde - liderado pela ex-presidente da Fiocruz Nísia Trindade.