O ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou ter feito os disparos que mataram Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes em 2018, detalhou como foi a ação em novo trecho de sua delação premiada.
Uma das novas informações é de que o delegado Rivaldo Barbosa, preso acusado de ajudar a arquitetar o assassinato da vereadora, era tido como uma "espécie de guru" para Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime.
Em um documento manuscrito entregue à Polícia Federal, ele afirma que o então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro era uma "autêntica carta branca para o plano" e "uma espécie de guru, como uma garantia para o bom desfecho da missão”.
Na delação, Ronnie Lessa também afirma que o grupo não esperava que o caso tivesse tanta repercussão, mas confiava na capacidade do delegado em desviar o rumo das investigações.
”Semanas depois do crime, nesse encontro nosso, foi uma coisa já mais tensa. A coisa já estava tensa. Já tinha saído do controle a coisa, em que sentido? A divulgação estratosférica. Ninguém esperava aquilo”, declarou.
Ronnie Lessa está preso desde 2019 na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). Nesta sexta-feira (7), Alexandre de Moraes, ministro do STF, autorizou sua transferência para Tremembé, no interior de São Paulo.
Os irmãos Brazão foram presos em março, na mesma operação que prendeu o delegado Rivaldo Barbosa.