Remédios de alto custo estão em falta no sistema público de saúde em SP

Pacientes têm dificuldades em continuar tratamento por conta da situação

BandNews FM

Remédios de alto custo estão em falta no sistema público de saúde em SP
Remédios de alto custo estão em falta no sistema público de saúde em SP
Agência Brasil

A falta de remédios de alto custo nas farmácias estaduais de São Paulo prejudica pacientes. A “Central de Ouvintes Ricardo Boechat” acompanha o caso de um idoso que está há dois meses sem a medicação e ainda não tem previsão para retomar o tratamento.

O aposentado Paulo Vanderlei Costa é portador de uma doença chamada trombocitemia essencial, que provoca um aumento da produção de plaquetas no organismo. Como elas têm a função de coagular o sangue, há um grande risco de formarem coágulos e até tromboses.

Há um ano, ele faz uso de um medicamento de alto custo, que ajuda a controlar o excesso de plaquetas. Porém, há 2 meses, o idoso não consegue fazer a retirada na Unidade Dispensadora Tenente Pena, no Bom Retiro, na região central. “Eu tenho ido todo dia ao posto de saúde. Eu ligo e ninguém atende. Então, sou obrigado a ir. Inclusive, mandei um e-mail para a Secretaria da Saúde explicando a situação e expliquei para eles que poderia acontecer qualquer coisa comigo. Infelizmente aconteceu”, diz ele.

O remédio, que tem como base a substância anagrelida, custa R$ 5.600. Valor que está fora das condições financeiras da família do aposentado. Na última terça-feira (22), Paulo passou um susto em casa: “O que eu tive esses dias foi um acidente isquêmico temporário, que foi em função justamente da falta do medicamento e o número de plaquetas, que formou um coágulo e fiquei com a mão direita paralisada, eu perdi a força na mão”.

Aos poucos, o movimento da mão direita está retornando, mas as preocupações continuam. A Coordenadoria de Assistência Farmacêutica do Estado de São Paulo informa que a compra emergencial do medicamento Anagrelida de 0,5mg está em aquisição na modalidade pregão.  Além disso, avalia a possibilidade de remanejamento do item entre as unidades para que o paciente seja rapidamente atendido. Assim que o medicamento estiver disponível, a unidade afirma que vai comunicar os familiares para retirada.

Na semana passada, a Central de Ouvintes mostrou ainda o desabastecimento de remédios de alto custo para o Transtorno do Déficit de Atenção e para diabetes nas farmácias estaduais de São Paulo.