Remédio que trata diabetes é usado para emagrecer e está em falta nas farmácias

Fabricante do Ozempic informa que o abastecimento deverá ser normalizado até o segundo trimestre deste ano; Anvisa liberou utilização da medicação para tratar casos de obesidade

BandNews FM

Remédio que trata diabetes é usado para emagrecer e está em falta nas farmácias
Foto: Divulgação/Novo Nordisk

O medicamento Ozempic, utilizado no tratamento de casos de diabetes tipo 2, está em falta nas farmácias. O relato foi feito por ouvintes da BandNews FM nesta quarta-feira (8).

O desabastecimento ocorre após a liberação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária de um outro medicamento, o Wegovy, para o controle de peso e o combate à obesidade. O princípio ativo de ambos é o mesmo, a semaglutida, um inibidor de apetite. Como a matéria-prima é idêntica, farmácias passaram a notar um aumento na procura por Ozempic, mesmo sem a indicação em bula deste medicamento contra o excesso de peso.

De acordo com o fabricante do remédio, o reabastecimento de distribuidores, atacadistas e farmácias deve ser normalizado durante o segundo trimestre deste ano.

Marcela De Biase utiliza o remédio há três anos no controle da glicemia, mas tem enfrentado dificuldades para comprar a caneta injetável. “Há duas semanas, fui à uma farmácia no Rio de Janeiro e não tinha. O farmacêutico explicou as dificuldades para repor o estoque. Em outros lugares, não têm. Fico preocupada, porque demorei para me adaptar ao remédio”, explica. 

Desde janeiro, data da liberação pela Anvisa, o uso da caneta injetável no Brasil aumentou para tratar casos de obesidade. O remédio pode ser comprado sem receita e custa cerca de R$ 800. 

O endocrinologista Márcio Krakauer recomenda que o uso deve ser feito com supervisão médica e chama atenção para o uso sem acompanhamento. “São inúmeros efeitos adversos, quando alguém toma sem orientação. Há pacientes que não podem tomar de jeito nenhum.”, ressalta. 

A Sociedade Brasileira de Diabetes orienta aos pacientes com diabetes tipo 2 que fazem uso do medicamento Ozempic, que procurem ajuda médica caso não encontrem o remédio. 

O presidente da entidade, Levimar Araújo, reforça que o tratamento não deve ser interrompido, pois as taxas glicêmicas podem aumentar. “A nossa orientação é para que os médicos busquem outras alternativas diante do atual cenário. Os pacientes podem tomar outros remédios”, explica. 

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