A suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas dos dois mortos que não têm passagem pela Polícia Civil no Jacarezinho é creditada aos depoimentos das irmãs deles. Em um documento produzido pela inteligência da corporação, e que a BandNews FM teve acesso, os investigadores destacam que Natan Oliveira de Almeida e Caio da Silva Figueiredo tiveram a participação no crime organizado revelada pelos familiares. Caio faria 18 anos no próximo dia 31.
Segundo o documento, outros 25 mortos respondiam por crimes variados como tráfico de drogas, associação para o tráfico, roubo a pedestres e a estabelecimentos, além de uso de drogas. No relatório, a corporação também anexou depoimentos dos familiares que foram reconhecer os corpos no Instituto Médico Legal, e postagens de páginas da facção Comando Vermelho lamentando as mortes dos suspeitos.
Esta semana, a Defensoria Pública deve ouvir testemunhas da operação policial que também terminou com a morte do inspetor André Frias. Familiares dos suspeitos afirmam que alguns dos mortos tentaram se entregar, mas foram executados. A corporação nega.
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro parabenizou a Polícia Civil pela operação, e disse que a mídia e a esquerda defendem os suspeitos mortos, os tratando como vítimas. Um registro de ocorrência sobre a ação policial aponta que 24 dos 27 corpos de suspeitos foram removidos da comunidade sem que fosse realizada perícia, o que foi negado pela Polícia Civil.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse ainda que as circunstâncias de eventuais socorros para o hospital e da retirada de corpos do cenário serão esclarecidas durante a investigação policial.