Relatório da ONU condena crimes de guerra cometidos durante invasão da Ucrânia

Documento aponta que os dois lados cometeram execuções sumárias de prisioneiros de guerra

Rádio BandNews FM

Relatório da ONU condena crimes de guerra cometidos durante invasão da Ucrânia
Organização das Nações Unidas
Foto: Jason Szenes/Agência Brasil

Um relatório divulgado nesta sexta-feira (24) pelo escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas conclui que pelo menos 5.987 civis foram mortos ou feridos entre 1º de agosto de 2022 e 31 de janeiro de 2023 durante a guerra na Ucrânia. Segundo a ONU, o uso de explosivos de forma indiscriminada foi responsável pela maioria das vítimas.

Ainda de acordo com o documento, foram registados 133 casos de violência sexual relacionada a conflitos em território ocupado pela Rússia, inclusive durante processos de deportação forçada. O órgão ainda acusa o Kremlin pelo desaparecimento ou detenção arbitrária de 214 ucranianos.

"Um ano depois que a Federação Russa lançou um ataque armado em grande escala contra a Ucrânia, as hostilidades continuam a exercer um severo impacto sobre crianças, mulheres e homens em todo o país", afirmou o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas.

O relatório lembra que os números provavelmente são maiores do que os divulgados, já que o trabalho de verificação dos crimes em meio à guerra é um procedimento muito complexo.

No levantamento, a ONU se diz "seriamente preocupada" com o que descreveu como maus-tratos, tortura e desaparecimento de crianças pelas forças russas, incluindo o sequestro de cinco adolescentes, todos torturados. Recentemente, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por deportar ilegalmente centenas de crianças da Ucrânia. O governo russo chamou a medida de inaceitável e ultrajante.

Também nesta sexta, outro relatório divulgado pela ONU responsabilizou as forças russas e ucranianas por maus-tratos aos prisioneiros de guerra. Foram documentadas as execuções sumárias de 15 prisioneiros de guerra da Ucrânia e 25 da Rússia.

A entidade pediu que todas as partes envolvidas protejam as vítimas e punam os perpetradores de crimes de guerra.