Relatório aponta descaso do governo Bolsonaro com crise humanitária Yanomami

Informações foram antecipadas pelo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, em entrevista à BandNews FM

Rádio BandNews FM

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, afirma que o governo Bolsonaro recebeu diversos alertas sobre as violências sofridas pelo povo Yanomami entre os anos de 2019 e 2022, mas não fez nada. Os dados, que fazem parte de um relatório do ministério, foram antecipados durante entrevista à BandNews FM, nesta segunda-feira (30).

Segundo Silvio Almeida, a gestão anterior recebeu, inclusive, recomendações e pedidos de órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), além do Ministério Público Federal (MPF), relacionados ao tema. Para ele, isso comprova que o governo passado se eximiu de qualquer responsabilidade.

Também neste relatório é apresentada a informação de que o ministério dos Direitos Humanos e Cidadania do governo Bolsonaro chegou a apoiar um projeto de lei que propunha a legalização da atividade de garimpo. A pasta sugeriu, ainda, a aprovação do texto pelo Congresso Nacional e tratou as denúncias de violências nas comunidades Yanomami como “críticas de deputados oposicionistas”.

O documento aponta o descaso do ministério diante da primeira morte de Covid-19 no território indígena e os impactos da pandemia na comunidade. A pasta sugeriu veto à obrigação do fornecimento de água e equipamentos básicos para as comunidades Yanomami durante a crise sanitária.

Além disso, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania do governo de Jair Bolsonaro negou planejamento assistencial em favor de crianças e adolescentes Yanomamis. E também rejeitou assistência humanitária ao governo de Roraima.

No relatório, o novo governo também aponta que houve ausência de visitas ao território Yanomami para averiguar as denúncias de violência e os conflitos ocasionados pela presença do garimpo na região.

Durante a entrevista à BandNews FM, Silvio Almeida afirmou que ainda é muito cedo para saber se houve crime de genocídio contra os Yanomami. Segundo ele, será necessária uma investigação profunda e precisa sobre o tema.