O âncora de O É da Coisa, Reinaldo Azevedo, afirma que os encontros noturnos entre Jair Bolsonaro e a vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, evidencia uma “intimidade absurda” entre a Procuradoria-Geral da República e o ex-presidente.

E-mails encontrados no celular de Mauro Cid apontam a existência de reuniões fora da agenda oficial. O jornalista explica que as reuniões podem ser consideradas “secretas”, porque não estavam na agenda da PGR e da Presidência.

A primeira visita teria acontecido no dia 8 de abril, uma semana depois da nomeação de Lindôra ao cargo de vice-procuradora-geral. No dia 19 de abril, oito dias depois, a PGR informou para o Supremo Tribunal Federal que não via razões para investigar Bolsonaro no caso da atuação de pastores lobistas no Ministério da Educação.

O segundo encontro aconteceu no dia 2 de maio, com a participação de Bolsonaro, Aras e Lindôra, e durou cerca de 30 minutos. Três semanas depois, a Procuradoria Geral da República pediu ao STF o arquivamento de duas acusações contra Jair Bolsonaro por racismo. Em uma delas, o então presidente tinha dito para um apoiador negro que ele “pesava mais de 7 arrobas”.

O último compromisso entre Lindôra e Bolsonaro teria sido no dia 10 de agosto. Duas semanas depois, a PGR sinalizou ao STF a abertura de uma apuração preliminar sobre a reunião entre Bolsonaro e embaixadores estrangeiros para denunciar uma suposta fraude eleitoral.

“O problema nem está nesses encontros que não estão na agenda, o problema está na omissão absurda da PGR, vergonhosa mesmo”, finaliza o âncora da BandNews FM.