O âncora do programa O É da Coisa, Reinaldo Azevedo, afirma nesta terça-feira (06) que o novo governo não deve embarcar em uma nova missão militar no Haiti. O país mais pobre da América Latina teve uma operação militar da ONU, com a presença de militares brasileiros, entre 2004 e 2017.
O tema teria sido discutido em um encontro entre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, na segunda-feira (05), em Brasília.
O governo Joe Biden pretende criar uma missão militar ao país e quer a participação do Brasil, já que as Nações Unidas não devem aprovar uma participação institucional. O país voltou a ser assombrado por gangues comandando áreas da capital Porto Príncipe e a pobreza se intensifica na região depois de dois terremotos devastadores.
Reinaldo Azevedo afirma que o presidente americano quer dar uma resposta para a situação haitiana, “talvez o pior momento da história, mesmo depois da passagem da Minustah”, e enfrentar o fluxo migratório daqueles que fogem da miséria e seguem para a fronteira já sobrecarregada dos Estados Unidos.
O jornalista afirma que sempre foi contra a participação brasileira na missão no Haiti e diz que o Brasil não pode repetir os erros do passado. Reinaldo Azevedo aponta que a operação no país caribenho serviu apenas para dar visibilidade “política” para militares.
Dos 12 comandantes brasileiros que passaram pela missão no Haiti, quatro deles se tornaram ministros do governo Bolsonaro, são eles: Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Santos Cruz e Floriano Peixoto.
Para Reinaldo Azevedo, Lula não precisa cometer o mesmo erro novamente: “participar do concerto global, sim, mas Haiti, nunca mais”, conclui o âncora da BandNews FM.