A subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, enviou ao Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira (17), documentos nos quais declara não ver crimes nas ações do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia, como aglomerações e o fato de o mandatário não usar máscaras de proteção durante suas saídas, mesmo que o item seja obrigatório em todo o país há mais de um ano.

O parecer da subordinada de Augusto Aras é uma resposta às ações movidas pela oposição, que considera haver violações legais no passeio de moto com apoiadores organizado por Bolsonaro no Rio de Janeiro em maio deste ano (que reuniu milhares de pessoas e custou R$ 231,3 mil aos cofres públicos), e no fato de o presidente ter abaixado a máscara de uma criança durante outra aglomeração em junho, desta vez no Rio Grande do Norte.

Nos documentos encaminhados ao Supremo, Lindôra subestimou a eficácia das máscaras para a proteção contra o coronavírus, contrariando uma série de pesquisas científicas que atestam a segurança do equipamento: “Nesse contexto de incerteza sobre o grau de eficácia do equipamento, embora seja recomendável e prudente que se exija da população o uso de máscara de proteção facial, não há como considerar criminosa a conduta de quem descumpre o preceito”, escreveu.

O âncora da BandNews FM, Reinaldo Azevedo, classifica o parecer da Procuradoria-geral da República como "os documentos mais asquerosos já lidos em quase 40 anos de profissão".

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