O ministro Paulo Guedes divulgou uma nota nesta terça-feira (05) para se defender das suspeitas de irregularidades na constituição de offshores em paraísos fiscais. O texto afirma que o ministro “jamais atuou ou se posicionou de forma a colidir interesses públicos com privados”. A defesa de Guedes é uma resposta às revelações na série de reportagens Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
Conduzida pelos criminalistas Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, a defesa do ministro argumenta ainda que não houve movimentações na conta da empresa desde que o economista assumiu o cargo no governo federal, em janeiro de 2019.
Os advogados afirmam ainda que vão protocolar, de forma voluntária, petição à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar os devidos esclarecimentos: “Com relação a empresa Dreadnoughts, os documentos que serão protocolados deixam claro que o ministro desde dezembro de 2018 se afastou da sua gestão, não tendo qualquer participação ou interferência nas decisões de investimento da companhia”.
Conflito de interesses
Para o âncora da BandNews FM, Reinaldo Azevedo, a nota divulgada é uma construção mental da defesa de Paulo Guedes, uma vez que tanto o Código de Conduta dos Servidores quanto a lei nº 12.813, nos incisos 2 e 3 do artigo 5º, proíbem esse tipo de cruzamento de interesses.
“Eu lembro que o Paulo Guedes não é ministro da Educação, não é ministro da Infraestrutura, ele é ministro da Economia, e tem uma offshore com 9,5 milhões de dólares. As ações do ministro da Economia interferem diretamente no preço do dólar. Portanto, ser dirigente ou não, obviamente não elimina o eventual conflito de interesses”, avalia o jornalista.