O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (16) o reajuste de todos os servidores públicos federais. São dois milhões de brasileiros beneficiados pela medida, e os cálculos do custo do reajuste ainda não foram divulgados. O âncora do programa O É da Coisa, Reinaldo Azevedo, no entanto, questiona: de onde sairá o dinheiro?
O jornalista aponta que a PEC dos Precatórios, citada pelo presidente, já está com os recursos comprometidos e afirma que o presidente está perdido.
A votação da Proposta de Emenda à Constituição abre uma folga no caixa da União com o adiamento do pagamento de dívidas já reconhecidas na Justiça, além de alterar a regra do teto de gastos. A estimativa inicial aponta que o Orçamento tenha uma sobra de R$ 91,6 bilhões com a manobra.
Mas o governo já reservou R$ 50 bilhões para o pagamento do Auxílio Emergencial (com ampliação do número de beneficiados e o aumento das parcelas). Existem ainda outros compromissos já assumidos: R$ 24 bilhões serão consumidos por benefícios atrelados ao salário mínimo, R$ 6 bilhões para emendas da Educação e da Saúde, R$ 4 bilhões para o vale-gás e R$ 3,6 bilhões para o vale-caminhoneiro.
Com isso, a folga seria de apenas R$ 4 bilhões, que deve ser consumido pela desoneração da folha de pagamento.
Reinaldo Azevedo pontua que cada ponto percentual do reajuste dos servidores custa R$ 3 bilhões, logo, o presidente já articula para furar o teto já furado.