Na coluna desta segunda-feira (25), Reinaldo Azevedo repercute a decisão do Facebook de derrubar a transmissão semanal do presidente Jair Bolsonaro, transmitida na última quinta-feira (21).
A medida ocorreu após o chefe do Executivo utilizar a transmissão ao vivo para repassar uma notícia falsa que associava a vacina contra a Covid-19 a casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
A afirmação, baseada na publicação de um site inglês conhecido por espalhar teorias da conspiração, foi desmentida e repudiada por cientistas de todo o mundo.
De acordo a rede social, os motivos para a exclusão foram as políticas da empresa relacionadas às vacinas. "Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas."
Esta é a primeira vez que a empresa remove uma live do presidente. Até hoje, o Facebook havia se limitado a excluir uma postagem de Bolsonaro relacionada à pandemia, na qual ele citava o uso de cloroquina para o tratamento da Covid-19 e defendia o fim do isolamento social.
Liberdade de expressão?
Para o âncora do programa “O É da Coisa”, é preciso perguntar ao procurador-geral da República, Augusto Aras, se a postura de Bolsonaro de espalhar informações prejudiciais à campanha de imunização ainda caracteriza o seu direito de liberdade de expressão.
“Muito se questionou quando Renan Calheiros incluiu no seu relatório [da CPI da Pandemia] a acusação de homicídio. Considerando as graves responsabilidades que tem Jair Bolsonaro e o dever que a Constituição impõe a ele, de zelar pela saúde, não estamos aí, sim, diante de uma forma de homicídio?”, questiona o jornalista.