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Receita exonera ex-chefe que tentou liberar joias sauditas para Bolsonaro

Julio César Vieira Gomes já tinha pedido para deixar o cargo em abril deste ano, mas a exoneração tinha sido negada por causa da existência de uma investigação

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Receita exonera ex-chefe que tentou liberar joias sauditas para Bolsonaro
Divulgação

Julio César Vieira Gomes, ex-secretário que atuou na Receita Federal, é exonerado do cargo. Ele tentou a liberação de um conjunto de joias dadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo regime saudita. As peças entraram de maneira ilegal no Brasil.

A exoneração foi publicada nesta quarta-feira (14) no “Diário Oficial da União”. Em abril, Julio César já tinha pedido para deixar o cargo, mas foi barrado. Na época, a justificativa era da existência de uma investigação na corregedoria contra o servidor.

Os efeitos da saída do cargo começam a valer a partir de 25 de maio e o lugar foi declarado vago.

O conjunto de joias foi retido pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos por não ter sido declarado em outubro de 2021, e o governo Jair Bolsonaro fez pelo menos quatro tentativas para reavê-lo – todas frustradas.  

O conjunto com colar, anel, relógio e brincos de diamantes é avaliado em R$ 16,5 milhões e foi dado à comitiva brasileira que visitou a Arábia Saudita em outubro de 2021.

As joias têm um certificado de autenticidade da marca Chopard e foram encontradas na mochila de Marcos André dos Santos, que trabalhava como assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Em 28 de dezembro, o próprio ex-presidente chegou a enviar um oficio para que as pedras preciosas fossem destinadas à Presidência da República.

A única maneira de retirá-las, no entanto, seria pagar o imposto de importação, de 50%, além de uma multa de mais 25%. O valor ficaria perto de R$ 12 milhões.