O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido), afirmou durante entrevista ao programa Entre Nós, da BandNews FM, desta terça-feira (18) que a base governista vai trabalhar contra o projeto de lei que equipara o abordo após 22 semanas de gestação com homicídio.
“Este é um projeto obscurantista. O governo não tem nenhum tipo de compromisso com esse projeto”, afirmou Randolfe.
A orientação clara para base de apoio ao governo será impedir que esse projeto avance de qualquer forma e levá-lo ao lugar que deveria ser levado: ao arquivo.
O Projeto de Lei prevê equiparar o aborto ao homicídio após 22 semanas de gestação, até mesmo em casos previstos por lei hoje, como o de estupro e risco de vida para a gestante. Segundo o texto, quer fizer o aborto pode ser preso até por 20 anos.
Apesar da declaração, o PT chegou a liberar a bancada durante a votação de urgência do projeto na Câmara na semana passada. Em votação simbólica, ela foi aprovada em 23 segundos na Casa.
O avanço gerou uma onda de protestos em diversas cidades do Brasil. Com a repercussão negativa, os deputados estudam atrasar a votação do projeto em plenário para apenas depois das eleições de outubro.
“De tão absurdo que é o projeto, me parece que é uma tentativa perversa e maldosa de distrair das pautas que de fato interessa ao povo brasileiro: a retomada do emprego, manter a inflação sob controle e colocar comida no prato dos brasileiros, não é projeto sobre obscurantistas como esse”, disse o senador.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou que o “PL do Aborto” não terá urgência votada caso chegue à Casa.
“Não é um projeto sobre o aborto, é um projeto que favorece o estupro. Essa que é a verdade em relação a isso. É um projeto que diz respeito às mulheres brasileiras, este projeto é uma ofensa as mulheres brasileiras”, disse Randolfe Rodrigues.