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Ramagem respondeu mais de 140 questões na PF e disse desconhecer 'Abin paralela'

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência prestou depoimento à Polícia Federal e falou sobre a gravação feita de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada de maneira clandestina

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Deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ) esteve na última quarta-feira (18) na Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, para prestar depoimento sobre a atuação da suposta 'Abin paralela'.

Segundo informações do repórter Túlio Amâncio, da BandNews FM, o político prestou depoimento durante sete horas e precisou responder a mais de 140 questões sobre a ação do grupo de inteligência paralelo que teria espionado autoridades dos Três Poderes, de servidores públicos e de jornalistas.  

Ramagem esteve a frente da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro, e durante esse período, segundo a Polícia Federal, houve um esquema de arapongagem e espionagem a personalidades públicas e políticos.

No local, Ramagem afirmou não ter conhecimento sobre a atuação de uma suposta 'Abin paralela' e disse desconhecer o uso do FirstMile, o aparelho usado para fazer o rastreio dessas pessoas pelo sinal de celular.  

"[Ramagem] jogou a bronca para dois ex-funcionários: Marcelo Araújo, agente da Polícia Federal cedido a Abin; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército que estava cedido a agência", informou Túlio.

Ambos os servidores foram presos em operação da Polícia Federal na semana passada, na quarta fase dessa operação que investiga a atuação da suposta 'Abin paralela'.  

O ex-diretor da Abin também falou sobre o encontro entre ele e Bolsonaro, gravado por Ramagem,. O político disse que Bolsonaro sabia que estava sendo gravado, mas que gravou porque tinha informação de que uma proposta indecente, ilegal ou irregular seria feita ao então presidente Bolsonaro.  

A Polícia Federal pretende concluir o inquérito sobre a 'Abin paralela' até o fim desse mês. A tendência, segundo investigadores, é que tanto Alexandre Ramagem quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro sejam indiciados.

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