Racismo no Futebol: aspectos históricos da Argentina e do Brasil

Interpretação é de que vários casos de injúria racial passam diretamente por um olhar para o passado

Rádio BandNews FM

Reportagem aprofunda o entendimento dos aspectos históricos e culturais Foto: Reprodução
Reportagem aprofunda o entendimento dos aspectos históricos e culturais
Foto: Reprodução

No segundo episódio da série especial sobre o racismo no futebol, a reportagem aprofunda o entendimento dos aspectos históricos e culturais dos dois principais países da América Latina e grandes vitoriosos no esporte: Brasil e Argentina.

A interpretação é de que os vários casos de injúria racial em partidas da Libertadores da América e da Copa Sul-Americana nesta temporada passam diretamente por um olhar para o passado.

O colonialismo, por si só, foi uma maneira de organizar os grupos estratificados, desigualmente, a partir de diferenças raciais.

Nicolás Cabrera, sociólogo e antropólogo argentino, mas que vive no Brasil, avalia que tudo aquilo que não encaixa no estereótipo do branco europeu em território argentino é motivo de piada.

Para o professor na Universidad de Cordoba e pesquisador das dinâmicas de violência presentes no futebol, o ambiente do jogo é puramente um espelho desta ideologia da sociedade, que, sob o hino, na arquibancada, reafirma uma identidade nacional.

A reportagem conversou também com Adilson Moreira, Doutor em Direito e autor do livro "Racismo Recreativo".

O docente enxerga cada país desenvolvendo discursos diferentes em diferentes momentos históricos para justificar práticas arbitrárias.

"Os argentinos desenvolveram o mito da pureza e da homogeneidade racial como elemento da identidade nacional, e disso desprezam e fazem chacotas dos brasileiros. Já os brasileiros brancos, por outro lado, desenvolveram estas práticas, sendo abertamente racistas, mas sustentados pela piada, pelo ambiente, pelo comportamento coletivo", registra Moreira.

Nesta sexta-feira (15), no terceiro e último episódio da série, abordaremos a questão legal: como a lei poderia coibir de forma mais veemente este tipo de episódio?

Ouça a reportagem de Bruno Camarão: