Conheça as profissões que Sílvio Luiz teve além de narrador esportivo

Eternizado por seus bordões ao acompanhar uma partida de futebol, o locutor teve outras ocupações improváveis; veja

Da redação

Silvio Luiz, narrador esportivo
Acervo

O narrador Sílvio Luiz morreu aos 89 anos de idade, nesta quinta-feira (16), após 9 dias internado no hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo. Ele voltou à UTI no dia 7 de maio, uma semana depois de receber alta de uma primeira internação, que durou 23 dias.

O locutor foi hospitalizado depois de passar mal enquanto narrava a grande final do Campeonato Paulista entre Palmeiras e Santos, no canal digital da TV Record, no dia 7 de abril. Silvio era casado com a cantora Márcia e deixa 3 filhos.

Nascido Sílvio Luiz Perez Machado de Sousa no dia 14 de julho de 1934, em São Paulo, começou a carreira em 1952, na Rádio São Paulo. Sua mãe, Elizabeth Darcy, foi locutora e atuou na mesma emissora.

No mesmo ano, pela TV Paulista, ele foi pioneiro na função de repórter de campo em transmissões esportivas pela televisão. Na época, trabalhou com o ex-jogador Leônidas da Silva, que era o comentarista.

Ator, jurado e árbitro

Não foi só no jornalismo esportivo que Silvio atuou. Ao se transferir para a rádio e TV Record, Sílvio teve experiência como ator e integrou o elenco da primeira versão da novela "Éramos Seis", em 1958.

Ainda foi jurado de programas e conciliou a carreira no rádio e na televisão com a de árbitro, na qual iniciou em 1965 e foi contemporâneo de Dulcídio Wanderley e José de Assis Aragão, dois nomes importantes da arbitragem brasileira nos anos 70 e 80.

Começo da fama

Mas foi em 1971, pela Record, que Sílvio Luiz começou a ficar famoso, na atuação como narrador. Em 1987 ele se transferiu para o Grupo Bandeirantes, fazendo parte da equipe comandada por Luciano do Valle.

Nesta primeira passagem, o narrador participou de coberturas como as Copas do Mundo de 1990 e 1994 e os Jogos Olímpicos de Seul, em 88, e Barcelona, em 92.

Coube a Sílvio Luiz narrar a campanha da seleção olímpica de futebol, que conquistou a medalha de prata com nomes como Taffarel, Romário, Bebeto, Jorginho e Neto.

Sílvio também se notabilizou nas tradicionais transmissões do Campeonato Italiano de Futebol, nas manhãs de domingo, na tela da Band. O futebol nacional também esteve na rota das narrações de Sílvio Luiz e foi o palco para que ele eternizasse seus maiores bordões, alguns deles em um lance só.

Os bordões

De fácil lembrança para boa parte do público que acompanha futebol, as famosas frases do narrador são recordadas até por aqueles que ouviram poucas narrações dele.

O chute na bola era recebido por uma das suas frases mais conhecidas: “olho no lance”. E, se a bola explodisse na trave, a resposta era um sonoro “no pau”.

Segundo o jornalista, os bordões tinham origem em situações cotidianas. E o momento mais esperado do futebol na voz de Sílvio Luiz não levava necessariamente a palavra "gol".

Sílvio Luiz seguiu na Band até 1996, quando se transferiu para o SBT e comandou as transmissões esportivas que incluíram as Olimpíadas de Atlanta, no mesmo ano, e a Copa do Mundo da França em 1998.

No ano seguinte, ele voltou à Band, onde permaneceu até 2008. Em 2009, foi para a RedeTV e participou de programas na rádio Transamérica, de São Paulo, entre 2011 e 2019.

Ainda emprestou a voz para duas plataformas improváveis: o videogame e os aplicativos de trânsito. Sem deixar de lado, é claro, seus clássicos bordões. 

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