A Polícia Civil aponta que mãe de Djidja Cardoso é a responsável pela morte da filha. Uma troca de mensagens de Cleusimar Cardoso, de 53 anos, confirmou a participação dela no crime de tortura que resultou em morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido de 32 anos.
No total, 11 pessoas foram indiciadas no caso, incluindo funcionários do salão de beleza que pertence à família. A mãe e o irmão de Djidja, Ademar Cardoso, de 29 anos, devem responder por pelo menos 12 crimes, entre eles, tráfico de drogas.
Ademar também deve responder por cárcere privado da própria esposa. Audrey Schott também era uma das vítimas da seita religiosa e foi resgatada pela própria família.
Dona da rede de salões de beleza Belle Femme, com duas unidades localizadas em Manaus (AM), Cleusimar também estava à frente da seita religiosa "Pai, Mãe, Vida" junto com os filhos, apontam as investigações.
Nos rituais, segundo os investigadores, Ademar se apresentava como "Jesus", Cleusimar seria "Maria" e Djidja, "Maria Madalena".
Segundo a polícia, o grupo fornecia, incentivava e aplicava à força cetamina em seus integrantes. Usado como tranquilizante em animais em de grande porte, como cavalos, a substância causa alucinações em seres humanos.
Nas redes sociais, Djidja frequentemente publicava mensagens de carinho e orgulho para a mãe. "Ela é a mamis superpoderosa, o grande amor da minha vida", escreveu no Dias Mães de 2023.
"Obrigada por todo apoio, por me ensinar a ser a mulher que me tornei. Parabéns por ser uma mãe maravilhosa", publicou Djidja.
Planos de facilitar compra de cetamina
De acordo com a Polícia Civil, a família de Djidja planejava instalar uma clínica veterinária para facilitar a compra da cetamina.
Nas suas redes sociais, além da conta do salão de beleza, Cleusimar marcou a conta de um empreendimento veterinário, o Canil Belle Femme, que agora aparece como desativada.
O delegado revela também que um terreno foi comprado para criar uma comunidade em que outras pessoas fizessem o uso da substância.
A polícia aponta ainda que o grupo familiar realizou estudos dos elementos químicos e passou a fazer testes neles e nos funcionários da rede de salão que pertencia à família.
Djidja, inclusive, foi a pessoa que induziu os funcionários a usarem a cetamina. Após o grupo sentir dificuldades para conseguir a substância, o ex-namorado de Djidja Bruno Roberto apresentou o personal Hatus Silveira.
Ele indicou a clínica que fornecia Potenay, um medicamento aplicado em bovinos com quadros de sistema imunológico debilitado.
Causa da morte
Conforme a Polícia Civil, Dijdja Cardoso foi achada morta na própria casa no dia 28 de maio.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que morte da ex-sinhazinha foi causada por edema cerebral.
A principal hipótese é de que Djidja teria sofrido uma overdose de cetamina.