O presidente da Rússia participa de uma conferência nesta terça-feira (19) em conjunto com os chefes de estado do Irã e da Turquia.
Vladimir Putin está em Teerã, capital iraniana, para sua primeira viagem internacional além das fronteiras da antiga União Soviética desde o início da invasão à Ucrânia.
O objetivo oficial da visita é estreitar o laço entre os três países e discutir a situação na Síria, que enfrenta uma guerra civil há mais de uma década.
Putin se encontrou com o presidente iraniano Ebrahim Raisi e com o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.
"Estou muito satisfeito por estar no hospitaleiro solo iraniano. Podemos nos gabar de números recordes em termos de crescimento comercial. Estamos fortalecendo nossa cooperação em questões de segurança internacional, dando uma contribuição significativa para a solução do conflito sírio", disse o líder russo.
O presidente iraniano elogiou um compromisso "significativo" com a cooperação de segurança entre os dois países. "Tem havido uma boa experiência dos dois países no combate ao terrorismo, o que acho que trouxe segurança para a região", afirmou Raisi.
A aproximação entre russos e iranianos colocou em alerta as autoridades ocidentais em função dos preparativos de Moscou para intensificar as ofensivas terrestres no leste da Ucrânia após a captura da região de Luhansk. Segundo a inteligência dos EUA, o Irã deve fornecer à Rússia "centenas" de drones, incluindo com capacidade de armas, para uso na guerra.
O presidente turco Recep Erdogan também participa do encontro em uma tentativa de chegar a um acordo para a liberação das exportações por portos ucranianos. Autoridades da Ucrânia alegam que mais de 20 milhões de toneladas de grãos estão retidos devido ao bloqueio russo de vários portos do Mar Negro.
Já sobre a guerra na Síria, o líder supremo do Irã fez um alerta para o presidente turco após as ameaças de Erdogan de lançar uma nova ofensiva militar para repelir os combatentes curdos sírios, que a Turquia vê como uma organização terrorista. "Este movimento definitivamente prejudicaria a Síria, a Turquia e a região, e não criará a ação política esperada pelos sírios. A questão síria deve ser resolvida por meio de negociações e Irã, Turquia, Síria e Rússia realizarão discussões sobre essa questão", alertou Khamenei.