O professor de educação física Ramon Lima nem sempre soube que pessoas transplantadas têm a chance de praticar esportes depois da cirurgia. A falta de informação sobre a capacidade de movimento desse público ainda acomete boa parte da população brasileira.
Foi depois de passar por um transplante renal que o educador pensou em se voluntariar nos Jogos Brasileiros para Transplantados, em Curitiba. Lá, conheceu outras pessoas que também tinham o desejo de promover não só a doação no Brasil, mas também a atividade física entre aqueles que receberam um novo órgão.
"Muitas vezes me peguei falando sobre transplante e pegando a reação das pessoas achando que eu estava falando sobre morte, quando, na verdade, eu estava falando de ganho de vida", contou Ramon ao programa BandNews Em Forma.
O Brasil é referência mundial no procedimento de doação de órgãos, apesar de a fila de espera no SUS atingir a casa dos milhares. Segundo o cirurgião cardiovascular do Instituto do Coração de São Paulo, Dr. Ronaldo Honorato, a cirurgia não cria entraves, mas abre, sim, novos caminhos.
"Uma pessoa transplantada passa a ter uma qualidade de vida muito próxima da pessoa com capacidade normal. Só não diz que é normal, porque é preciso continuar com as medicações imunossupressoras", diz o cirurgião transplantador do Núcleo de Transplantes do Incor.