O procurador-geral da República, Augusto Aras, designou mais 8 procuradores para as investigações sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, na cidade de Umbaúba, após abordagem de policiais rodoviários federais.
A decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal em Sergipe. Ao todo, nove membros do MPF integram a equipe. O grupo vai atuar por um ano.
Ontem (01), o órgão abriu uma investigação para apurar a denúncia de dois jovens que afirmam ter sido agredidos por agentes da PRF também em Umbaúba. O boletim de ocorrência foi registrado na sexta-feira (27).
De acordo com a polícia, um homem e um adolescente informaram que foram vítimas de agressões no último dia 23, dois dias antes da morte de Genivaldo. O MPF solicitou à Polícia Civil que envie a íntegra dos documentos relacionados ao caso. O prazo para resposta é de 72 horas.
A Secretaria de Segurança Pública do estado não confirma, no entanto, se foram os mesmos policiais envolvidos na abordagem que terminou com a morte de Genivaldo.
Foram expedidas guias para a realização de exames periciais no Instituto Médico Legal (IML). O resultado dos laudos devem ser encaminhados à Polícia Federal (PF). Esta quarta-feira (1°), foi o segundo dia de depoimentos.
A Polícia Federal ouviu funcionários da unidade de saúde para onde ele foi levado. Testemunhas e familiares começaram a ser ouvidos na terça (31).
Em Brasília, uma Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou, ontem (01), a convocação do ministro da Justiça, Anderson Torres, para falar da morte de Genivaldo na ação da PRF. Já o Senado disse que vai enviar parlamentares a Umbaúba para acompanhar as investigações. Uma comissão foi criada pela direção da PRF para investigar a morte do homem .
Os interventores são agentes do órgão, de Brasília, enviados ao estado no fim de semana, e já participaram das primeiras reuniões na segunda (30).
Uma outra comissão, com servidores de outros estados, deve acompanhar o Processo Administrativo Disciplinar que os três policiais envolvidos no caso respondem internamente. A conclusão da apuração dever sair em dois meses.
No relatório final, o grupo poderá recomendar o arquivamento do processo ou uma penalidade de advertência, suspensão ou a demissão dos agentes.
O caso aconteceu no último dia 25, quando o motociclista dirigia sem capacete e foi parado pelos policiais em um trecho da BR-101, na cidade de Umbaúba.
Em imagens que circulam na internet, ele é algemado, imobilizado e colocado no porta malas do carro da PRF, quando um dos policiais coloca uma bomba de gás no fundo do veículo e fecha a porta, com as pernas do homem para fora.
A vítima tomava medicamentos havia 20 anos para tratar a esquizofrenia, segundo familiares.