Procuradores pedem que PGR investigue Bolsonaro

Documento cita os novos ataques do presidente ao sistema eleitoral do país

BandNews FM

Procuradores pedem que PGR investigue Bolsonaro por ataque às urnas Agência Brasil/TRE-SE
Procuradores pedem que PGR investigue Bolsonaro por ataque às urnas
Agência Brasil/TRE-SE

Um grupo de 43 procuradores do Ministério Público Federal assinou, nesta terça-feira (19), um pedido para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, abra uma investigação contra Jair Bolsonaro. O grupo afirma que a conduta do presidente "afronta e avilta a liberdade democrática" e pode configurar ilícitos eleitorais decorrentes do abuso de poder. 

A manifestação vem depois de mais um ataque de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro. Nesta segunda-feira (18), em apresentação a um grupo de embaixadores, o presidente voltou a questionar as urnas eletrônicas e o sistema de votação. A argumentação de Bolsonaro já foi desmentida por órgãos oficiais. 

No ofício, os procuradores afirmam que a conduta do presidente da República ao convocar embaixadores para divulgar informações falsas pode configurar crime eleitoral e abuso de poder.  

Nota da ANPR 

A Associação Nacional dos Procuradores da República, que reúne integrantes do Ministério Público Federal, divulgou uma nota nesta terça-feira (19) defendendo o atual sistema de votação e apuração do país. Segundo o texto, críticas devem partir de fatos concretos e não podem servir apenas para disseminar o descrédito, sem base na realidade. 

O texto lembra que, desde a implantação das urnas, em 1996, nunca houve comprovação de qualquer comprometimento da segurança do sistema. Os procuradores também ressaltam que a disputa eleitoral não pode servir de instrumento para a tirar a credibilidade das nossas instituições. 

Acompanhe a nota na íntegra: 

A Associação Nacional dos Procuradores da República – ANPR, entidade que congrega os membros do Ministério Público Federal, vem reafirmar sua convicção na necessidade de fortalecimento da democracia brasileira, na defesa das suas instituições e no papel responsável que devem exercer os agentes públicos. 

Como resultado da atuação direta dos membros do Ministério Público Federal no processo eleitoral, fiscalizando-o, acompanhando toda a preparação da Justiça Eleitoral para a realização das eleições e, ainda, atuando pela lisura dos pleitos, a ANPR reafirma também a confiança que deposita no funcionamento das urnas eleitorais e, mais ainda, no próprio sistema judiciário eleitoral brasileiro. 

O sistema de votação e apuração das eleições hoje vigente é fruto de decisão soberana do povo brasileiro, expressada por meio do Congresso Nacional, e reiteradamente testada, sem vícios. Assim, o atentado em curso ao processo democrático é uma afronta ao país e aos seus cidadãos. 

As críticas ao sistema eleitoral brasileiro devem partir de fatos concretos, em propostas factíveis e que nasçam da constatação de problemas realmente identificados, e não podem servir apenas para disseminar o descrédito, sem base na realidade. Desde a implantação das urnas eletrônicas, em 1996, não houve comprovação de comprometimento da higidez e da segurança do sistema. Ao contrário, significou evidente avanço na eficiência e segurança no sistema de votação e também de consolidação de resultados, sem qualquer dado indicativo de fraude ou corrompimento. 

A disputa eleitoral não pode servir de instrumento para a descredibilização de nossas instituições e, menos ainda, para disseminar informações inverídicas, que apenas tentem confundir o eleitorado. 

Eleições livres, com atuação responsável dos partidos, candidatos, eleitores e das instituições públicas sempre serão a marca de uma sociedade democrática. 

Os Procuradores e as Procuradoras da República seguirão vigilantes e reafirmam o compromisso de zelar pelo regime democrático e o sistema eleitoral brasileiro.