O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país, Dimitri Medvedev, afirmou na nessa quinta-feira (21) que os russos estão preparados para lutar pelos territórios conquistados na Ucrânia utilizando “armas estratégicas”. A expressão faz menção às armas nucleares do arsenal russo.

"A Rússia anunciou que não só as capacidades de mobilização, mas também qualquer arma russa, incluindo armas nucleares estratégicas e armas baseadas em novos princípios, podem ser usadas para essa proteção", reafirmou Medvedev.

Segundo o aliado de Vladimir Putin, serão apoiados referendos sobre a anexação de regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia pela Rússia. O político declarou ainda que “não há volta” em relação aos territórios conquistados.

Na quarta-feira (21), em uma fala que alarmou o mundo, o presidente russo chamou uma mobilização militar parcial, com a convocação de 300 mil reservistas do Exército para reforçar a tropa na Ucrânia. Putin também afirmou que que os referendos nas áreas ocupadas seriam “respeitados” pelos russos. A medida é vista como um passo para a anexação das regiões ucranianas. A comunidade internacional criticou as falas e a insinuação sobre o uso de armas nucleares pela Rússia.

No pronunciamento à nação, o líder russo destacou que a Rússia está preparada para intensificar o combate: "Nosso país possui uma variedade de armas de destruição, algumas mais modernas até que as dos países da Otan. Isto não é um blefe".

Nesta quinta, Medvedev voltou a responsabilizar países do Ocidente e a Otan pela escalada de tensão na Europa. Segundo ele, é preciso aceitar que a Rússia “escolheu seu próprio caminho”.