O IPCA-15, chamado de prévia da inflação, registra deflação de 0,73% em agosto, maior queda média nos preços desde o início da série história, em novembro de 1991. O dado apurado pelo IBGE aponta que a maior influência no índice veio da queda no valor dos combustíveis.
Recentemente, o Congresso Nacional aprovou uma lei que estabeleceu limite de 18% na cobrança do ICMS, imposto estadual, da gasolina. Em um mês, a Petrobras também baixou o valor do combustível vendido nas distribuidoras por três vezes.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,02% e, em 12 meses, é de 9,60%.
Embora aponte que os preços médios caíram entre julho e agosto, seis dos nove grupos pesquisados tiveram variações positivas.
Os alimentos continuam sendo os vilões na conta da população. O item Alimentação e bebidas apresentou alta de 1,12% no mês, influenciado principalmente pelo aumento nos preços do leite, que acumula variação anual de 79,79%.
Saúde e cuidados pessoais também registraram. Os produtos de higiene pessoal tiveram alta média de 0,81%.
Estes grupos estão diariamente presentes no cotidiano da população, por isso, fica difícil sentir no bolso a deflação medida pelo índice oficial.
O resultado de agosto foi influenciado principalmente pela queda no grupo dos Transportes (-5,24%). A deflação é puxada pela queda no preço dos combustíveis (-15,33%). O subitem passagem aérea (-12,22%) também recuou, após subir quatro meses consecutivos.
Também houve queda nos preços dos grupos Habitação (-0,37%) e Comunicação (-0,30%). O primeiro é influenciado pela redução nos preços da energia elétrica residencial (-3,29%), com a redução da alíquota do ICMS em vários estados.
Segundo o IBGE, todas as 11 áreas do país pesquisadas registraram variações negativas no mês, com destaque para Belo Horizonte (-1,58%). A maior variação foi em São Paulo (-0,11%).