Presidiários de Bangu terão pena reduzida por más condições do complexo

Os presídios precisam ter condições para presos cumprirem penas adequadas, segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça

Complexo penitenciário de Bangu, Rio de Janeiro
Foto: Francisco Proner/ FARPA/CIDH

A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio está elaborando novos relatórios para apresentar à Corte Interamericana de Direitos Humanos, após a determinação do Superior Tribunal de Justiça para que o tempo da pena cumprida no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no Complexo Penitenciário de Bangu, seja reduzida pela metade.

A decisão se baseou em uma determinação do órgão internacional, a partir de uma denúncia feita pela Defensoria Pública do Rio sobre a situação degradante do presídio.

Em 2017, a Corte realizou uma inspeção no local e constatou os problemas.

Segundo o jurista Paulo Ramalho, o Brasil assina a Convenção Americana de Direitos Humanos e, por isso, precisa oferecer condições adequadas para o cumprimento de penas para prisioneiros.

Com a determinação, na prática, um dia que o criminoso passa preso, vale por dois. A decisão já está em vigor, mas só vale para apenados de crimes não violentos.

O defensor Leonardo Rosa afirma que a Defensoria Pública já cobrava medidas à Comissão Interamericana de Direitos Humanos desde 2016.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária afirma que vem empenhando todos os esforços para recuperar a estrutura da unidade e atender todas as medidas cautelares da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

O Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho é dos presídios do Complexo de Bangu. O local concentra boa parte da população carcerária do estado. Uma das unidades penais abrigou os presos da Operação Lava Jato. Bangu 8, destinado para presos com ensino superior, é conhecido por ter regalias impróprias.

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