O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, teria concordado em renunciar ao cargo após manifestantes ocuparem o palácio presidencial do país no último sábado (9). A saída do presidente ainda não foi confirmada e estarei marcada para a próxima quarta-feira (13), segundo o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe. Foi a primeira vez que um político de alto cargo confirma a saída de Rajapaksa.
O Sri Lanka está mergulhado em uma crise econômica há anos. O foco principal da convulsão social que levou a invasão de prédios públicos ocorre com a escassez de combustíveis no país e a alta de preços atrelada a falta de produtos na região. Há pelo menos seis meses os protestos de rua, até então pacíficos, se tornaram constantes.
Wickremesinghe, que também é ministro das Finanças, anunciou no Twitter ter concordado em deixar o cargo de primeiro-ministro e disse que um governo de “todos os partidos” será iniciado.
Desde a tomada do palácio presidencial em Colombo, a capital do país, o presidente não aparece em público e fontes militares afirmam que ele está em um lugar seguro. Rajapaksa foi retirado do local antes da invasão e está sob proteção oficial. A fuga dele do país foi desmentida ao longo do fim de semana.
Encravado no Oceano Indico, ao sul da Índia, o Sri Lanka é uma nação insular de 21 milhões de habitantes. Fora do radar das maiores nações, a imprensa internacional é pouco presente no país, o que dificulta a confirmação do que ocorre atualmente na área.
No domingo (10), manifestantes que ocupam o palácio disseram que não saíram do local até a renúncia oficial do presidente e não apenas promessas. Imagens da população usando as piscinas do local e sentadas em grandes salas rodaram o mundo ao longo do fim de semana.
Sem uma liderança concentrada, é difícil tomar o pulso das manifestações e saber para que lado caminha os protestos, que são tratados como uma verdadeira convulsão social na nação asiática.