Veículos locais de imprensa afirmam que o presidente do Afeganistão deixou o país depois do avanço do Talibã em direção à capital Cabul. Neste domingo (15), integrantes do grupo extremista islâmico tomaram a cidade.
O presidente Ashraf Ghani teria ido para o Tajiquistão, que faz fronteira ao sul do país. Já o corpo diplomático restante dos Estados Unidos e seus aliados estão concentrados, em sua maior parte, no aeroporto de Cabul, que ainda não foi conquistado pelos talibãs.
Mais cedo, o ministro do interior afegão já havia anunciado que o governo pretendia fazer uma transferência pacífica de poder para um governo de transição.
O Talibã havia divulgado um comunicado informando que não tomaria a capital à força.
“Professores se despedem de alunas”
Aisha Khurram, ex-embaixadora da Juventude da ONU, utilizou as redes sociais para expor a situação na Universidade de Cabul na manhã deste domingo (15):
"Alguns professores se despediram de suas alunas quando todos foram evacuados da Universidade de Cabul nesta manhã ... e talvez não tenhamos nossa formatura assim como milhares de alunos em todo o país.…", escreveu ela no Twitter.
Militantes do Talibã afirmaram à BBC que estão determinados a impor novamente a sua versão da sharia, lei islâmica que inclui apedrejamento por adultério, amputação de membros por roubo e proibição de meninas com mais de 12 anos de ir à escola.
O grupo extremista surgiu há quase 30 anos, e governou o Afeganistão até a invasão americana após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Na época, a Casa Branca concluiu que foi a rede terrorista al-Qaeda, liderada pelo saudita Osama Bin Laden, a responsável pelo ataque às Torres Gêmeas e ao Pentágono, que resultaram em 3.000 mortes. Foi então declarada guerra ao terrorismo, o que incluiu a invasão ao Afeganistão e o enfrentamento ao Talibã.