O presidente da Ucrânia anunciou neste domingo (17) a demissão da procuradora-chefe do país e do chefe da agência de inteligência doméstica. Volodymyr Zelensky disse que inúmeros subordinados aos demitidos cooperam com a Rússia e acusou traições entre servidores ucranianos.
As saídas ocorrem no momento em que o governo espera uma escalada dos ataques militares russos na região do Donbass, no oeste do país. A Rússia também tem aumentado a pressão para a troca da moeda e do idioma oficial em áreas já controladas pelo Exército russo.
Irina Venediktova, até então procuradora-geral da Ucrânia, foi a responsável por denunciar crimes de guerra cometidos pelos russos em território ucraniano. Já o chefe da agência de inteligência, Ivan Bakanov, é amigo de infância de Zelensky.
O presidente ucraniano disse haver mais de 651 casos sob investigação de funcionários atuando em favor do Kremlin. Nas agências comandadas pelos aliados, seriam até 60 trabalhadores atuando em favor da Rússia em territórios ocupados por Vladimir Putin.
Segundo Zelensky, o alto número de traições é uma dificuldade a mais no combate contra a invasão do país. A guerra com a Rússia se aproxima dos cinco meses sem previsão de um acordo de paz.
O nome do novo procurador-geral já foi anunciado. Será Oleksi Simonenko. Mas ainda não há uma definição sobre o novo chefe da inteligência ucraniano.