O presidente da Argentina, Alberto Fernández, perde a maioria no Senado e vai ter que negociar com a oposição para aprovar projetos de interesse do governo. O resultado da eleição legislativa deste domingo (14) também fez com que a Frente de Todos, coalização do presidente, perdesse cadeiras na Câmara dos Deputados, embora por lá a maioria ainda esteja garantida, embora em menor escala.
A coalização de centro-direita Juntos por el Cambio saiu vitoriosa em três das províncias mais importantes do país. Em Buenos Aires, a ex-governadora María Eugenia Vidal conseguiu uma vitória expressiva. Em Córdoba e em Santa Cruz o peronismo defendido por Fernández também foi derrotado.
Com 90% das urnas apuradas na tarde desta segunda-feira (15), já que o voto é em papel na Argentina, os números revelaram que a derrota de Fernández e Cristina Kirchner, atual vice-presidente do país, foi menor do que o observado nas primárias de setembro.
A inflação em alta e o combate aos efeitos da pandemia no país são apontados como os principais motivos para a derrota do atual presidente, que promoveu uma reorganização ministerial para agradar a base kirchnerista.
O voto é obrigatório na Argentina, mas o comparecimento às urnas foi de 72%, segundo o Ministério do Interior.
O presidente Alberto Fernández fez um pronunciamento após os primeiros resultados e fez um apelo para que a oposição seja responsável no diálogo com o governo. O presidente argentino disse ainda que a prioridade deve ser o pagamento da dívida com o Fundo Monetário Internacional, que beira 44 bilhões de dólares.
O ex-presidente Maurício Macri, líder do Juntos por el Cambio, afirmou que a oposição terá responsabilidade para auxiliar a Argentina nos próximos dois anos, que devem ser difíceis. Com a vitória, Macri se credencia para tentar retomar o poder na eleição de 2023.