O Conselho de Ética da Confederação Brasileira de Futebol recebe mais duas denúncias de assédios moral e sexual contra o presidente afastado da entidade, Rogério Caboclo.
O dirigente está fora do cargo por 30 dias desde 6 de junho para poder apresentar a defesa em relação à primeira denúncia já formalizada. Caboclo nega as acusações.
O vice-presidente da CBF Antônio Carlos Nunes assume a presidência durante os 30 dias.
A CBF foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho para comparecer a uma audiência na próxima segunda-feira (14) sobre a denúncia de uma funcionária.
Na semana passada (04 de junho), o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro também abriu uma investigação para apurar o caso.
Em 6 de junho, áudios que comprovam os assédios de Caboclo à funcionária foram revelados. Ele pergunta se a mulher “se masturba” e faz constantes insinuações sexuais.
A primeira funcionária que o denunciou fez um relato completo onde pediu para que os dois outros casos de assédio às ex-funcionárias fossem apurados.
O processo está na Comissão de Ética com a presidente da Câmara de Investigação, Gladys Regina Vieira Miranda.
Assédio no País
No Brasil, mais de 26 mil processos por assédio sexual no ambiente de trabalho foram registrados entre janeiro de 2015 e janeiro de 2021, de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A lei contra assédio sexual foi instaurada em 15 de maio de 2001 e define como crime "constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual" usando condição de superioridade, com pena prevista de um a dois anos de detenção.