Prejuízos causados pela nuvem intensa de poeira que cobriu municípios de São Paulo como Ribeirão Preto, Franca, Araçatuba, Barretos e Presidente Prudente e cidades que ficam na divisa de com Minas Gerais são intensificados pelo racionamento de água, medida que foi adotada por algumas cidades em razão da crise hídrica atual.
A Sabesp reforça para que a população não desperdice os recursos com a limpeza das casas, mas a sujeira trazida pela “tempestade de areia”, não contribui para isso.
Morador de Franca, no interior paulista, o empresário Marcos Antunes conta que “tem muita coisa para limpar nos próximos dias” já que as ruas estão sujas. Ele ainda destaca que a fábrica onde trabalha “foi tomada pela sujeira.”
A tempestade de areia veio acompanhada de fortes ventos na tarde de domingo (26), e fez com que virasse noite nas cidades atingidas.
O fenômeno foi provocado por um aumento da umidade junto com o solo seco por causa da falta de chuvas.
Quem mora em Franca está ainda mais apreensivo, já que nesta segunda-feira a cidade adotou um racionamento de água de 36 horas em diversos pontos.
Os bairros estão divididos em três blocos: uma parte tem água e outra fica sem. A partir de quarta-feira (30), o sistema será invertido.
Mesmo com as casas fechadas, a sujeira entrou, como aconteceu com o farmacêutico bioquímico José Ricardo Cattanio. Para economizar água e ainda assim limpar a poeira, ele preferiu “usar água da máquina para lavar o quintal”.
O racionamento foi adotado por causa da queda de vazão nos mananciais do Rio Canoas e do Córrego Pouso Alegre, fontes de captação de água em Franca.
Ainda na cidade, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo pede que a população não desperdice água na limpeza de casas, mesmo depois da tempestade de areia que tomou conta da cidade.
Além dos moradores de cidades do interior de São Paulo, o Triângulo Mineiro também foi atingido.
O consultor técnico em tintas automotivas Ricardo dos Santos conta que a família mora perto de Minas Gerais e que a nuvem de poeira deixou todos assustados.
Climatologistas afirmam que o fenômeno ocorreu devido à formação de ventos fortes que encontraram resquícios de queimadas.
A nuvem de poeira é considerada normal para o período do ano, mas foi intensificada pelo longo período de estiagem e tempo seco.