Prefeitura de Barueri corta transporte escolar de aluno cadeirante

A mãe do Nicolas tem ido à escola todas as sextas-feiras pegar a lição do caderno dos colegas e as atividades que a professora dá em sala

Rádio BandNews FM

Um aluno cadeirante está sem ir à escola porque a Prefeitura de Barueri, na região Metropolitana de São Paulo, cortou o transporte escolar da criança. Já a Fundação Instituto de Educação de Barueri, onde o garoto está matriculado, justifica que não oferece transporte a nenhum estudante.

 Nicolas é portador de uma síndrome chamada artogripose, caracterizada pela falta de movimento das articulações. Desde 2018, ele passou a usar cadeira de rodas, porque as pernas dele não dobram mais.

 Aos 13 anos de idade, nunca foi reprovado no colégio. Atualmente, está no 8º ano no ensino fundamental na FIEB, Fundação Instituto de Educação de Barueri. Mas, desde o início do ano letivo o Nicolas está impossibilitado de ir à escola. “Eu faço as lições que minha mãe pega com os meus colegas”, conta.

 A Prefeitura de Barueri cortou novamente o transporte acessível para o garoto. Em 2021, a Administração Municipal já tinha vetado o serviço com a mesma justificativa: a de que o transporte só é feito para alunos da rede municipal. 

No caso do Nicolas, ele estuda numa autarquia, portanto de administração indireta. Já a Fundação Instituto de Educação de Barueri afirma que não oferece transporte a nenhum estudante.

 O padrasto do menino João Rafael Gonçalves já havia procurado a “Central de Ouvintes” para relatar o problema. “Todo ano é a mesma coisa. Precisamos lutar para conseguir o transporte acessível para ele”, desabafa.

 Além das justificativas apontadas de que não pode atender o garoto, porque ele não está matriculado na rede municipal, a Prefeitura de Barueri oferece a opção para a família transferir a criança a uma das unidades de ensino da Prefeitura.

A mãe do Nicolas,  Janaina Barroneu, descarta essa possibilidade, porque acredita que a FIEB oferece melhores condições para o filho. “Falta acessibilidade nas escolas. Os banheiros são precários na maioria das escolas. É um direito do Nicolas estudar onde ele foi aprovado”, afirma.

 A opção de trocar o estudante para uma unidade da rede municipal não é bem vista pela família, porque a criança teria que trocar novamente de escola em 2 anos para um colégio da rede estadual, o que implicaria em mais um processo de adaptação.

 A Fundação Instituto de Educação de Barueri não ofereceu a opção de ensino online.

 A mãe do Nicolas tem ido à escola todas as sextas-feiras pegar a lição do caderno dos colegas e as atividades que a professora dá em sala, mas muita coisa ele não consegue fazer pois está perdendo a explicação.

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