Familiares do mototaxista morto em um dos acessos à Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, afirmam que ele foi baleado por policiais militares durante uma abordagem.
Edvaldo Viana, de 41 anos, era morador da Gardênia Azul, que fica na mesma região.
O mototaxista faria a última viagem e iria para casa em seguida.
Edvaldo foi abordado embaixo do viaduto que dá acesso à Linha Amarela, uma das principais vias expressas da cidade.
Segundo os parentes, mesmo parando após pedido dos PMs, Edvaldo e o passageiro foram atingidos e morreram.
Ainda não há informações sobre a identificação do segundo morto, que estava na garupa da moto.
A viúva de Edvaldo, Miriam dos Santos, diz que ele estava com a habilitação e a documentação da moto em dia, mas eles sequer foram solicitados pelos agentes.
Ainda de acordo com a família, o mototaxista foi atingido no ombro por um tiro de fuzil. A cápsula foi guardada pelos familiares, que alegam que ele também trabalhava entregando quentinhas.
Um vídeo mostra o momento em que as vítimas são arrastadas e colocadas em uma viatura da PM. Elas foram levadas para o Hospital Federal Cardoso Fontes. Segundo a Superintendência do Ministério da Saúde no Rio, os dois já chegaram mortos ao hospital.
O corpo de Edvaldo Viana deve ser levado para Maceió, capital de Alagoas, terra natal dele.
O Secretário de Estado de Polícia Militar, Coronel Rogério Figueiredo, pediu que a Corregedoria da corporação investigue o caso.
Um fuzil que estava com a equipe envolvida no caso foi apreendido para perícia.
Logo após o ocorrido, moradores da Cidade de Deus fecharam as ruas da região para realizar um protesto.
No mesmo local das mortes, outro motociclista foi morto a tiros, em janeiro. O instalador de mármores Marcelo Guimarães foi atingido durante uma ação da Polícia Militar.