Nesta segunda-feira (07), a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar uma organização criminosa que forneceu álcool em gel para a Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa).
De acordo com a PF, há indícios de fraude e superfaturamento, envolvendo o uso de verba federal destinada ao combate à Covid-19. Existe a suspeita, ainda, de que as empresas envolvidas teriam falsificado documentos para participar da licitação, além de realizarem lavagem de dinheiro.
Oito mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal de Vitória em residências e empresas nos municípios de Vitória e Vila Velha, além de Macaé e São Fidélis, no Rio de Janeiro. Autoridades apreenderam documentos e equipamentos de mídia em geral.
As investigações, conduzidas pela Polícia Federal, indicam que a empresa que forneceu o material para a Secretaria de Saúde foi criada com a finalidade de participar do processo de seleção, sem qualquer histórico de atuação no fornecimento desse tipo de material. Há indícios do uso de documento falso para comprovar a capacidade técnica de fornecimento do álcool em gel contratado, bem como indicativo de superfaturamento.
Durante as investigações, ainda foi possível constatar que os empresários envolvidos movimentavam os recursos recebidos com a venda do álcool para o Governo do Espírito Santo para outras empresas do grupo, parentes e empresas em nome de terceiros - operações financeiras típicas da prática de lavagem de dinheiro. O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que a Sesa não é alvo das investigações e atua com transparência em seus processos de compra.
A Operação Volátil, da Polícia Federal, teve início com o recebimento de relatórios da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, que apontaram irregularidades na aquisição de álcool em gel pela Secretaria da Saúde em processo de compra com dispensa de licitação ocorrida nos meses de março e abril de 2020.