
A Polícia da Turquia contabiliza 343 prisões durante os protestos dos últimos dias contra a prisão do prefeito de Istambul e principal rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan. São realizadas manifestações em pelo menos 10 cidades, incluindo Istambul, a maior do país, e a capital Ankara.
A prisão de Ekrem Imamoglu ocorreu na última quarta-feira (19), sob a alegação de que ele liderou uma quadrilha acusada de manipular concorrências públicas e aceitar suborno.
"Não haverá tolerância para aqueles que visam violar a ordem, ameaçar a paz alheia e causar caos e provocação", disse o ministro do Interior da Turquia, Ali Yerlikaya.
Na sexta (21), o presidente Recep Tayyip Erdogan disse em um discurso que as autoridades "não permitiriam que a ordem pública fosse prejudicada" e prometeu não "ceder ao vandalismo ou ao terrorismo de rua".
Nesta sexta (21), durante os protestos pela liberdade do prefeito, a Polícia usou spray de pimenta, gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter os manifestantes.
Nascido em 1971, Ekrem Imamoglu é formado em administração de empresas e trabalhou na gastronomia e construção civil antes de entrar na carreira política. De 2002 a 2003, foi integrante da equipe de dirigentes do clube de futebol Trabzonspor.
Em 2019 venceu o pleito municipal em Istambul, encerrando assim 25 anos de hegemonia conservadora-islamista do AKP na metrópole. A sigla de Erdogan entrou com um recurso, obtendo a anulação do resultado, porém nas novas eleições Imamoglu voltou a vencer, com grande vantagem. Em 31 de março de 2024, foi reeleito prefeito.