A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) vai apurar a participação de um youtuber estrangeiro em uma operação da Polícia Militar. Num vídeo publicado na internet no começo de junho, o americano Gen Kimura aparece dentro de uma viatura e filmando ações da PM em favelas no mês de abril. Segundo a SSP-SP, o agente que autorizou a gravação foi afastado.
O vídeo publicado pelo produtor americano Gen Kimura soma 1,6 milhão de visualizações até agora. O homem de 27 anos tem um canal no YouTube com mais de 380 mil inscritos. Ele publica reportagens sobre temas variados, sempre com títulos chamativos, como vários outros criadores de conteúdo na rede.
A postagem sobre a incursão com a PM em dois bairros da Zona Norte de São Paulo foi realizada no Youtube no dia 2 de junho. A postagem original tinha o título "Patrulhando FAVELAS com o Batalhão Tático da PM (24 hrs na vida de um Policial).”
Ao longo da reportagem, Kimura, sempre em primeira pessoa e conversando com os policiais, mostra o que seria um dia de rotina no 18º Batalhão Metropolitano da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Em dado momento, o produtor de conteúdo treina com os policiais e conversa com eles sobre a rotina dos agentes. Os PMs mostram ao americano uma sala de armamentos e também deixam o youtuber posar com uma arma utilizada pela corporação.
Chega o momento em que os militares saem para uma ronda juntamente com Kimura e um cinegrafista. Em inglês, o produtor de conteúdo diz que, para dar boa sorte, os policiais iniciam os trabalhos gritando a expressão “tático” pelas janelas da viatura e Kimura se junta a eles. O tom é de descontração o tempo todo.
Em outro momento, um agente identificado como De Oliveira diz que quando os policiais matam um bandido, eles comemoram com charutos e cervejas. O vídeo continua no ar, mas esse trecho específico que trata da suposta comemoração foi excluído da postagem.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo diz, por meio de nota, que uma sindicância foi aberta e “que o agente que autorizou a gravação foi remanejado para outra função.” A corporação afirma ainda que a instituição é legalista e que a “frase dita por um dos agentes ao longo do vídeo não condiz com as práticas preconizadas pela Corporação.”