Plenário da Câmara analisa regulamentação da Reforma Tributária nesta quarta

Urgência do texto foi aprovada na terça (09)

Isabela Mota

Plenário da Câmara analisa regulamentação da Reforma Tributária nesta quarta
Câmara inicia a votação da regulamentação da Reforma Tributária
Agência Brasil

A Câmara dos Deputados começa a votar nesta quarta-feira (10) o projeto que trata da regulamentação da Reforma Tributária.

A urgência da matéria foi aprovada na terça (09) por 322 votos a favor, 137 contrários, além de três abstenções.

Na prática, o requerimento leva o texto diretamente para análise em plenário, sem passar por outras comissões. O governo aposta na votação de uma proposta de consenso. Até o momento, já foram apresentadas mais de 300 sugestões de mudanças.

Um dos pontos mais desafiadores para um acordo é a decisão de tributar as proteínas animais, como a carne de boi e frango. Atualmente, esses produtos são livres de taxas federais, mas podem passar a pagar 10,5% de imposto.

A Frente Parlamentar do Agronegócio apresentou estudos ao Ministério da Fazenda para tentar derrubar a cobrança. Segundo o grupo de deputados, a tributação aumentaria em 0,2% a tarifa do Imposto Sobre Bens e Serviços. Em compensação, a inflação seria menor.

O ministro da Fazenda passou a tarde de terça (09) reunido com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar do texto final. Fernando Haddad sugeriu aumentar o valor do "cashback" para famílias de baixa renda como forma de compensar o imposto sobre a carne.

A regulamentação da Reforma Tributária pode ainda aumentar a taxação sobre remédios. De acordo com representantes da indústria farmacêutica, a maioria dos medicamentos que não precisam de receita pode ficar, em média, até 14% mais cara.

O Grupo de Trabalho na Câmara dividiu a questão em três grupos.  Primeiro, os que vão ter imposto máximo, como antigripais, antialérgicos e analgésicos, como a dipirona. Depois, os que vão receber 60% de desconto no tributo, casos de antibióticos, remédios para estômago, ansiedade, depressão e até para disfunção erétil. E ainda o grupo com taxação zero, que inclui vacinas, soro fisiológico, corticoides, anestésicos e absorventes.

O governo argumenta que não vai haver aumento de imposto porque medicamentos já pagam tributos e não há isenção.