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PL das Fake News é entregue sem agência regulatória de fiscalização da internet

Relator do projeto alterou a versão final após pressão de opositores

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O texto do projeto de lei das Fake News foi finalizado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e apresentado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), nesta quinta-feira (27).

A proposta, que está em tramitação na Câmara desde 2020, deve ser votada na próxima terça-feira (2) na Casa.

A urgência do texto já foi aprovada, o que permite que a matéria entre em discussão direto no plenário sem análise na Comissão Especial.

Em reunião com líderes partidários, o relator tentou quebrar a forte resistência que tem se instalado sobre a matéria, mas teve de ceder às pressões. 

Agora, o texto não prevê o dispositivo que criaria uma entidade de regulação da atividade de empresas em redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. 

O órgão teria poder de "solicitar, receber, obter e acessar dados e informações das plataformas digitais de conteúdo de terceiros".

Pelo documento apresentado, a PL das Fake News cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, apresentada pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-RS).

O QUE DIZ A NOVA LEI

Dentre os principais pontos do projeto, está o chamado relatório de transparência, que prevê a produção de documentos semestrais com acesso a dados de moderação de conteúdo pelas plataformas digitais.

Além disso, as "big techs", como são conhecidas as grandes empresas de tecnologia, incluindo Meta e Google, terão de remunerar veículos jornalísticos brasileiros com mais de dois anos de operação na plataforma.

Está previsto também que as corporações deverão adotar medidas específicas de proteção de crianças e adolescentes, com foco em privacidade.

Outra obrigação das empresas será o combate à desinformação e aos discursos de ódio. As plataformas poderão ser responsabilizadas também pelo uso de robôs para disseminar notícias falsas.

O PL garante também imunidade parlamentar para autoridades e congressistas em publicações das redes sociais.