A Polícia Federal pode ouvir nesta semana Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre o esquema de venda de joias recebidas de autoridades estrangeiras.
Na última sexta-feira (11), a PF pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do casal após a operação que teve entre os alvos o ex-ajudante de Ordens Mauro Cid, o pai dele, Mauro Lourena Cid, e um dos advogados do ex-presidente, Frederick Wassef.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, é quem analisa esses pedidos; pessoas próximas ao ministro dizem que a decisão será "técnica e juridicamente bem fundamentada".
O caso é tratado com cautela ainda mais diante das afirmações de Jair Bolsonaro de que estaria sofrendo "perseguição política".
Nos bastidores, colegas de Moraes que tiveram acesso às investigações sobre as joias ficaram impressionados.
Relataram a "riqueza de detalhes" da apuração e as conclusões da Polícia Federal, que foram definidas por ministros como "categóricas".
A investigação aponta, por exemplo, que um relógio da marca Rolex chegou a ser vendido por mais de US$ 60 mil nos Estados Unidos e precisou ser recomprado para ser devolvido após decisão do Tribunal de Contas da União.
Neste domingo (13), o advogado que defendia Mauro Cid, Bernardo Fenelon, deixou o caso por suposta quebra de confiança.
É a segunda troca desde que o ex-ajudante de Ordens foi preso na operação da PF sobre fraudes em carteiras de vacinação.
Antes, ele era defendido por Rodrigo Roca, ligado à família de Jair Bolsonaro.