A Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro na manhã desta quarta-feira (22). O pastor Gilmar Santos também foi preso. Há um mandado de prisão contra o religioso Arilton Moura. A Operação “Acesso Pago” investiga a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação.
Ribeiro foi preso em Santos, no litoral de São Paulo, e será levado para Brasília por ordem do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília. Uma audiência de custódia está marcada para esta quinta-feira (23), às 14h, na capital federal.
Ao todo, são 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão determinados em três estados e no Distrito Federal (São Paulo, Brasília, Goiás e Pará).
Em nota, a Polícia Federal afirma que são apurados o crime de tráfico de influência, com pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão, crime de corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses).
Reportagens revelaram em março deste ano que os religiosos tinham gerência sob o então ministro para a liberação de recursos do MEC a prefeitos amigos. Em uma gravação divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, Milton Ribeiro disse atender com prioridade os políticos indicados pelos pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Ribeiro nega as acusações, mas deixou o cargo de ministro por conta da pressão sofrida e em uma tentativa de evitar que o escândalo alcançasse o Palácio do Planalto. O então ministro pediu para deixar o cargo no fim de março.
Ainda não há informações sobre outros tipos de mandados cumpridos nesta quarta-feira.
Segundo a PF, os pastores investigados agiriam, pelo menos, desde janeiro de 2021 pedindo propina em troca de favorecimento na liberação de recursos para a construção de creches e escolas nos municípios.
Gravações apontaram que até barras de ouro foram solicitadas aos prefeitos para interceder pela liberação de recursos, conforme arquivos revelados pelo jornal O Estado de São Paulo.