Moradores de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, ainda buscam pelas vítimas dos temporais que atingiram a cidade na última terça-feira (15). Três dias após a tragédia, as chances de encontrar pessoas com vida são pequenas, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, em entrevista à BandNews FM nesta sexta-feira (18). Mas os trabalhos continuam até que a última vítima seja identificada.

Testemunhas relatam momentos de desespero, principalmente quando a chuva começou a invadir as residências. O morador Roberval Oliveira conta que a água chegou até o teto do estacionamento onde ele trabalha. Cerca de 40 carros foram tomados pela lama.

O comerciante Albano Ribeiro teve a loja tomada pela terra: "só agora que estamos conseguindo colocar as coisas mais ou menos no lugar". Ele ainda destaca a solidariedade das pessoas que estão na cidade ou fazendo doações.

Uma mulher chamada Bruna perdeu dois irmãos e a avó, mas encontrou a filha, de 4 anos, viva. Ela conversou com a equipe da Band na quinta-feira (17) quando estava no Instituto Médico Legal para identificar os parentes mortos.

"Fiquei feliz, mas também triste por ter perdido três pessoas. Minha filha está bem e um outro irmão também sobreviveu", disse a moradora da região.

Ela também conta que, para salvar a criança, a bisavó, de 80 anos, jogou a menina pela janela de um veículo para tentar colocá-la em terra firme.

Cerca de 500 bombeiros atuam no município, mas a população cobra mais reforços e celeridade nos trabalhos de resgate. Alguns pontos no Morro da Oficina, área mais atingida, ainda não foram visitadas pelos militares e voluntários cavam com a própria mão nos escombros em busca de parentes e amigos.

O temporal da última terça-feira (15) inundou Petrópolis, fez morros deslizarem e a lama se espalhou pelo Centro. Foram 260 milímetros de chuva concentrados em seis horas. O acumulado é 1/3 maior do que a média de chuva do mês de fevereiro.