A cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, tem 75% da área considerada de risco, por isso, obras de contenção de encosta e para evitar enchentes são ainda mais necessárias. O município sofreu com a força das águas em março, quando mais de 250 pessoas morreram em deslizamentos de terra. Sem as obras prometidas para dar mais segurança aos petropolitanos, a cidade vê a época de chuvas se aproximar e se preocupa com a força das águas.
Um relatório do Ministério Público mostra que das 105 áreas mapeadas, mas em 79 delas não há uma definição de quem – governo municipal, estadual ou federal - deve agir para prosseguir com as intervenções.
A Secretaria Estadual de Infraestrutura já havia adiado obras prometidas de maio, para junho. Agora, promete iniciar as obras em 30 dias. A data foi definida após a Justiça do Rio realizar uma audiência pública no último dia 23 de junho para discutir as ações de autoridades e a necessidade de obras a serem realizadas.
A intervenção mais urgente é no Túnel Extravasor, um canal do Rio Palatinato construído na década de 1950 e até hoje não reformado. O objetivo de dar vasão a água de rios que chegam ao Centro de Petrópolis e ficam sem espaço para a vazante. As obras são prometidas há 27 anos e estão orçadas entre 40 e 70 milhões de reais.
Até o momento, poucas intervenções foram feitas na Vila Felipe e no Alto da Serra, onde foram encontrados a maior parte dos corpos da tragédia de março.
Pedras que se deslocaram e colocam em risco cerca de duas mil famílias estão soltas. Um dos locais mais perigosos é Rua 24 de Maio, perto do mais importante centro comercial da cidade.
Os próprios moradores alertaram para a pedra na área de risco pintando “SOS”.
“Não temos dimensão da direção que ela virá”, afirmou a presidente da associação dos moradores da Rua 24 de Maio, Odete Silva.
80 mil metros cúbicos de detritos ainda não foram retirados dos rios.