Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, realizada na comunidade de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, aponta que é mais comum crianças contraírem a Covid-19 do que transmitirem a doença. O estudo foi feito em parceria com a Universidade da Califórnia e a Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical.

Os pesquisadores avaliaram que o momento pico de prevalência de anticorpos em adultos e adolescentes ocorreu antes do pico de prevalência de anticorpos em crianças. Além disso, todas as crianças que testaram positivo para o Sars-CoV-2 tiveram contato com adultos ou adolescentes com sintomas de Covid-19.

O estudo avaliou 667 moradores de Manguinhos, entre eles 323 crianças. Cerca de 14% dos menores testaram positivo entre maio e setembro do ano passado.

Das 45 crianças com testes positivos, 26 tiveram contato com um adulto também positivo. As outras 19 tiveram contato com adultos que não consentiram em fazer o teste, mas que relataram sintomas suspeitos de coronavírus.

A pesquisa observou também uma proporção maior de crianças com menos de um ano infectadas, em comparação com grupos pediátricos de outras idades, o que seria atribuído ao contato direto com as mães.