Há um grupo de pessoas que acredita que o Estado não deve ser laico, mas regido por uma religião. Para estes indivíduos, o ideal é que os cidadãos tenham livre acesso a armas de fogo, enquanto que atividades domésticas devem ser responsabilidade quase que exclusiva de mulheres. Pode-se pensar que um grupo como este está a milhares de quilômetros de distância, que se trata do Talibã ou de outro movimento fundamentalista, mas um estudo recente mostra que muitos brasileiros pensam exatamente desta maneira.

Pesquisa do Instituto Locomotiva aponta que 4% do eleitorado brasileiro, o equivalente a cerca de 6,5 milhões de pessoas, defende ideias classificadas como ultraconservadoras.

Em um primeiro momento, os participantes responderam três afirmações:

• 24% disseram concordar que o Estado brasileiro não deve ser laico, mas cristão;

• Para 28%, mais pessoas devem ter acesso ao porte de armas;

• 17% acreditam que as mulheres são melhores para fazer atividades domésticas;

• 4% dos ouvidos concordaram com todas as afirmações e receberam novas perguntas.

Dentro deste recorte, 63% disseram que cotas para negros prejudicam a sociedade. 70% se declararam contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 63% disseram desconfiar das urnas eletrônicas.

Segundo o presidente do Instituto Locomotiva e colunista da BandNews FM, Renato Meirelles, apesar de não serem maioria, essas pessoas fazem muito barulho: “Este grupo tenta no grito calar a voz do pensamento dissonante”.

No total, foram entrevistadas 2600 pessoas em 71 cidades brasileiras.