"Penso que vou perdê-lo", diz mãe de criança intoxicada com veneno de rato em creche, em SP

Mulheres, que preferiram não se identificar, relataram medo com a segurança dos pequenos; Secretaria Municipal de Educação de São Paulo lamentou o caso e disse que presta suporte às famílias

BandNews FM

A Diretoria Regional de Educação da cidade de São Paulo investiga a intoxicação de 10 crianças, todas de um a três anos de idade, sob a suspeita de que tenham tido contato com chumbinho - usado como veneno para ratos.

O caso aconteceu na última segunda-feira (21) enquanto as crianças estavam no parquinho da escola. Elas foram levadas ao Pronto Socorro, após a contaminação, na unidade de saúde do Parque Novo Mundo, no bairro da Vila Maria, na Zona Norte da capital paulista.

Os pais foram avisados do ocorrido assim que foram buscar as crianças. Mães, que optaram por não se identificar e concederam seus relatos para a equipe de reportagem da BandNews FM, expuseram medo e preocupação com o estado de saúde dos pequenos.

"A direção falou que minha filha estava no hospital, mas que estava bem. Ela teve contato com substâncias tóxicas, não me deram muitas informações. Trouxeram ao hospital por precaução. Falaram que foi a prefeitura que colocou [o veneno de rato] na escola, e não sabiam que tinha essa substância. Criança mexe em tudo, acabaram achando", disse uma mãe.

"Quero que eles me deem respostas, que mostram as gravações. Minha filha só tem três anos. É uma criança prematura, totalmente frágil. Algumas não tem nem três anos ainda, vão fazer", relatou outra entrevistada.

"É horrível essa sensação, você pensa no pior. Você pensa que vai perder sua criança. Você tem que deixá-la por conta do trabalho, e a gente agora fica com medo e insegurança de deixar nossa criança lá, achando que estão sendo vigiados durante o dia. Hoje foram essas 10, mas e amanhã?", questionou.

Em nota, a secretaria de Educação afirmou que abriu uma investigação, e prometeu tomar as atitudes cabíveis. Já a prefeitura de São Paulo confirmou que a escola passou por uma desratização no mês de julho, com a instalação de armadilhas, mas alega que os venenos foram colocados em locais inacessíveis para as crianças, que já receberam alta médica durante a manhã desta terça-feira (22).

Confira a nota enviada pela Prefeitura de São Paulo sobre o caso:

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), lamenta o ocorrido e informa que toda unidade escolar está prestando o suporte às famílias. A Diretoria Regional de Educação (DRE) abriu um processo de apuração e todas as medidas cabíveis serão tomadas.

Segundo a direção da unidade, a escola passou por desratização em julho, com instalação de armadilhas em locais sem acesso pelas crianças. Nesta segunda-feira (21), parte do material de uma das armadilhas foi encontrado no jardim e assim que a equipe escolar tomou conhecimento da presença do produto, fez a retirada, higienização das mãos das crianças e encaminhamento para atendimento médico. Não houve ingestão.

As 10 crianças foram prontamente atendidas e ficaram em observação, estáveis, no Hospital Municipal Vereador José Storopolli, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), até a manhã desta terça-feira (22). Todas receberam alta hospitalar e receberam as devidas orientações.

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